Você já se perguntou se está em um relacionamento abusivo?
Quando se fala de relacionamentos abusivos, é importante lembrar que eles não começam desse modo e as violências, muitas vezes, não são físicas e parecem mais difíceis de identificar.
Embora a violência física seja o tipo mais conhecido, o abuso pode se manifestar de diversas formas sutis, como ciúmes possessivo, críticas constantes ou controle sobre suas decisões.
E como há uma romantização das relações, em que atitudes de dominação e opressão podem ser confundidas culturalmente como cuidado, proteção ou amor intenso, pode ser difícil identificar o que é uma atitude abusiva ou não na relação.
Esses tipos de relacionamentos podem acontecer de várias maneiras diferentes, mas eles costumam acabar diminuindo a autoestima, o amor próprio e a autoconfiança da pessoa afetada.
Neste texto, vamos identificar os sinais de alerta e pensar na construção de relações saudáveis.
A armadilha do ciclo abusivo
No início, tudo parece perfeito. Mas com o tempo, o relacionamento se transforma em um campo minado de críticas, humilhações e controle. O abusador te isola, te faz duvidar de si mesma e te prende em um ciclo de culpa e medo.
A pessoa abusiva tende a manter o relacionamento em um ciclo em que diminui ou humilha o parceiro, mas depois volta a agradar, tentando fazer as pazes e parecer que as coisas podem melhorar. Essa tentativa de amenizar a situação pode se dar com palavras de carinho, tentativa de justificar as ações como cuidado ou preocupação, presentes ou outras coisas.
Controle e manipulação emocional
Por vezes é muito difícil reconhecer o relacionamento abusivo porque o ciúmes, o cuidado excessivo, a tentativa de mudar o outro podem ser vistos como algo romântico dentro de um relacionamento.
A manipulação emocional do abusador pode ser muito sutil, usando palavras doces e promessas vazias. Ele te culpa por seus erros, te faz sentir inferior e distorce a realidade para te controlar.
Muitas vezes um comportamento passivo agressivo em que o abusador por vezes aparenta ser gentil, compreensivo e encantador e, em outros momentos, critico e cruel. É muito comum o comportamento de elogiar e, logo em sequência, criticar a pessoa em relação a algo.
Seja de forma sutil ou não, há a tentativa de controlar e manter a pessoa dependente. Aqui estão alguns sinais de alerta que não devem ser ignorados:
Ciúmes possessivo: O abusador te monitora constantemente, te impede de sair com amigos e familiares e te faz sentir culpada por qualquer contato com outras pessoas.
Controle sobre suas decisões: O abusador te pressiona a fazer as coisas do jeito dele, te impede de trabalhar ou estudar e te faz sentir dependente dele.
Críticas constantes: O abusador te critica por tudo que você faz, te faz sentir inútil e te destrói psicologicamente.
Humilhação e xingamentos: O abusador ofende, desvaloriza e faz você se sentir inferior.
Isolamento social: O abusador te afasta de seus amigos e familiares, te privando de apoio e te deixando vulnerável, dependente dele.
Invalidação da experiência
Em um relacionamento abusivo, a invalidação da experiência e dos sofrimentos vividos é um modo de manipulação e controle. O abusador nega a realidade do parceiro, minimiza seus sentimentos, necessidades e experiências. Isso pode fazer com que o parceiro comece a imaginar se não é algo da sua cabeça, um exagero.
Abuso verbal e físico
Os abusos podem ser xingamentos, humilhações, críticas ou qualquer violência psicológica que tenha um impacto na autoestima da pessoa. No entanto eles não se limitam apenas a palavras: empurrões, tapas, beliscões e qualquer tipo de agressão física são sinais de um relacionamento tóxico e perigoso.
As marcas invisíveis do abuso
Há muitos comportamentos que fazem parte de um relacionamento abusivo e mesmo aqueles que não deixam marcas físicas visíveis ainda assim machucam e traumatizam aqueles que sofrem com isso.
A autoestima fragilizada, a culpa, a ansiedade e a depressão são apenas algumas das consequências devastadoras do abuso psicológico.
Quebrando o ciclo: em busca de um futuro livre de violência
É muito difícil se libertar de um relacionamento abusivo, mesmo quando se tem consciência de que se está vivendo em um. É importante lembrar que nenhuma pessoa que está vivendo esse abuso não é responsável por ele e precisa de ajuda.
Tente encontrar suporte na Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, no telefone 180, procure um psicólogo, mas também converse com amigos, familiares ou pessoas de confiança. É possível sair dessa situação.
Construindo relações saudáveis
É muito difícil viver um relacionamento abusivo e sentir-se confortável em se abrir para um outro relacionamento depois. Os traumas e as inseguranças podem persistir por algum tempo. No entanto, é possível reconstituir a confiança e autoestima, assim como construir relacionamentos saudáveis e felizes. Lembre-se que é sempre importante:
Comunicação aberta e honesta: Converse com seu parceiro sobre seus sentimentos e necessidades.
Respeito mútuo: Valorize as diferenças e trate seu parceiro com respeito e consideração.
Confiança e apoio: Sejam cúmplices e ofereçam apoio um ao outro.
Autonomia e independência: Mantenham suas individualidades e hobbies.
Igualdade e divisão de responsabilidades: Dividam as tarefas domésticas e familiares de forma justa.
Relacionamentos abusivos não são amor. Amor é respeito, cuidado e liberdade.
Se você está em um relacionamento abusivo, não tenha medo de pedir ajuda. Você não está sozinha.